Por que tia? Porque sou tia de muitos e vó só de dois, por isso não é o blog da Vovó Dedê. Aqui esvaziarei o coração quando estiver muito cheio; preencherei minhas noites insones; inicio algo concreto para o tempo de aposentada que se avizinha.
Desejo escrever meu dia-a-dia difícil e revisar com palavras e sonhos meu cotidiano e comunicar meu interior, vivido e experiente. Encontrar amigos, leitores, parentes aos quais oportunamente poderei homenagear.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Sobre Saudade e Lembranças - 30/01/2013

Descobri ontem, navegando nas redes sociais, que era o dia da saudade. E veio-me essas idéias que transportei ao blog neste post de hoje. Tenho saudade de muitas coisas, de muita gente e de bichos também. Na verdade nem sei se o sentimento é mesmo saudade, mas considerando que seja, guardo na memória o tempo em que a vida tinha outro ritmo. E tenho muitas saudades desse tempo: de colocar a cadeira na calçada e ver o sol se por sentada na grama da pracinha em frente a VELHA CASA em que morei na minha infância, e, dali mesmo, ver a lua surgir radiante no céu, tendo como "pano de fundo" o barulho cadenciado das ondas do mar... lá no, também saudoso, bairro de Jacarecanga... Ainda daquela época, tenho saudade de brincar de roda na pracinha, de pular cordar, de pega-pega, de amarelinha (que para nós era 'macaca', naquele tempo), chicote queimado... Saudades do Mimi, do Harry, do Rex e das galinhas de estimação da minha infância. Saudade da escadaria (que eu achava imensa) da velha construção da Igreja de São Francisco, da estátua dele em tamanho natural... Ô saudade boa. De coisas vividas, cheiros de pão quentinho, de café fumegante, sempre ao entardecer... Infância querida e intensamente partilhada. Lembrando dessas e de outras coisas e pessoas, vivas e das que já são moradoras do céu, minha saudade me conduziu a minha pre-adolescência e veio-me a memória a querida Zely... Ih! Daí veio um turbilhão de lembranças boas... Minha amiguinha Zely - descobrimos muitas coisas juntas: as primeiras festinhas, os primeiros namoricos, os primeiros TUDO!!!- São tantas as lembranças que a palavra saudade evocam em mim. Ela (Zely)e eu estudamos juntas na mesma escola secundária e compartilhamos amizades para vida inteira: Vânia Neves, de saudosa memória, Helena Brasil, Liduina Campelo, (que depois de adultas descobriram parentescos entre elas), Vera Barbosa. E o nosso baile de formatura no Náutico Atlético Cearense?... Iniciação profissional no magistério?... Ah Zely, era tão lindo brincarmos de bonequinhas de papel e vê surgir de suas mãos habilidosas vestidos e adereços belíssimos que eu babava de vontade de ter... Dom que depois você, minha querida, transportou para seus vestidos na arte herdada de sua mãe. Como você, desenha, pinta, modela e costura divinamente bem...Adoro!!! Um dia minha amiguinha viajou em férias e lá se vão quase quarenta anos que ela fixou residência noutro lugar, bem longe d'eu... A alusão ao dia da saudade também me levou a lembrar de meus sobrinhos crianças ainda: Nisia, Bel e Dja, que partiram rumo ao Planalto Central acompanhando o sonho aventureiro de meu irmão, onde também fizeram morada, tornaram-se adultos e, assim, perdi o contato e a oportunidade de vê-los crescendo e desbravando o mundo adulto... E, talvez por isso, sejamos hoje assim, meio distantes, mesmo morando tão próximos, sem afetos e afagos, beijos muitos e abraços apertados que gosto tanto. Na verdade eu tenho saudade, mas é uma saudade feliz, porque carrego no meu coração e na minha memória a alegria de ter convivido com todos e, de certa forma, ter preservado estes que nomeei aqui e outros que conservo oculto, mas sempre presente na minha vida agora. Também foi a saudade que, levando-me a lembrar, me fez desejar visitar minha amada sobrinha neste fevereiro que começa nesta sexta-feira e se avizinha ao aniversário dela. Coisa gostosa de sentir é saudade de quem a gente pode ainda ver, falar, conviver... porque saudade dos que morreram é tema para outra postagem...

Nenhum comentário: