Por que tia? Porque sou tia de muitos e vó só de dois, por isso não é o blog da Vovó Dedê. Aqui esvaziarei o coração quando estiver muito cheio; preencherei minhas noites insones; inicio algo concreto para o tempo de aposentada que se avizinha.
Desejo escrever meu dia-a-dia difícil e revisar com palavras e sonhos meu cotidiano e comunicar meu interior, vivido e experiente. Encontrar amigos, leitores, parentes aos quais oportunamente poderei homenagear.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Ainda estou pensando... parte II


Quanto tempo passara??? Nossa parecia uma eternidade, toda uma vida... e era assim, já naquele tempo...
Estava nesse intante a contemplar o verde vale... a viajar no túnel do tempo. Um ir e vir arrítmico, um jogo de resgate, um verdadeiro exercício de memória...
Lá embaixo além do vale a vida fervilhava entre certezas, sonho e esperança.
De carro chegaria mais rápido ao começo de tudo, chegar lá em pensamento era ainda mais rápido. Pronto. Estava lá.
Na piscina um jovem grupo barulhento e sorridente construia pirâmides humanas. O salto e o mergulho em profundidade mínima era uma grande aventura. E todos riam e se deliciavam naquela manhã, em que 'ele' também estava presente, embora morasse do outro lado da cidade...
Estava bem. Podia ir e vir, agora, para o ontem mais distante e para o ontem de inda pouco e, ao mesmo tempo, viver o frio gostoso que a montanha oferecia, quando em dias de muito calor lá embaixo, ou se aconchegar entre os edredons no corpo 'dele' em conchinha, como sempre, só para justificar o tempo frio.

Uma música da época evocava rompimento:


"Não vejo mais você faz tanto tempo
Que vontade que eu sinto
De olhar em seus olhos, ganhar seus abraços
É verdade, eu não minto
E nesse desespero em que me vejo
Já cheguei a tal ponto
De me trocar diversas vezes por você
Só pra ver se te encontro
Você bem que podia perdoar
E só mais uma vez me aceitar
Prometo agora vou fazer por onde nunca mais perdê-la
Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
E te querendo eu vou tentando te encontrar
Vou me perdendo
Buscando em outros braços seus abraços
Perdido no vazio de outros passos
Do abismo em que você se retirou
E me atirou e me deixou aqui sozinho
Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer e te querendo eu vou tentando te encontrar


Afinal, são tantas músicas a compor sua história que cantarolá-las preencheria toda uma vida. Cada uma dela a significar um momento singular, sutil ou não, mas vivido intensamente, como toda história...

Quero você, quero você
Quero você, todinha pra mim
Meu amor não se esqueça de mim
Por favor me diga que sim
Eu não consigo esquecer você
Ouça bem o que eu vou lhe dizer
Quero você, quero você
Quero você, todinha pra mim
Meu amor só uma condição
Pra eu fazer você feliz
Quero ser dono do seu coração
você é a coisa que eu sempre quis
Quero você, quero você
Quero você, todinha pra mim

O gosto musical dele era muito eclético [e as vezes duvidoso]. Indo do popular ao erudito, este, porém, não cabia no dia a dia daquela paixão.
Muitas lembranças, saudade e alegria. Certa dose de arrependimento, mas uma felicidade imensurável era a moldura constante da sua vida de mulher casada, esposa e mãe. Sim, era feliz, muito feliz!

Um comentário:

Cele disse...

Eu só me toquei sobre o que se falva quando cheguei ao "quero você todinha pra mim!". Sim, muito feliz MESMO!