Por que tia? Porque sou tia de muitos e vó só de dois, por isso não é o blog da Vovó Dedê. Aqui esvaziarei o coração quando estiver muito cheio; preencherei minhas noites insones; inicio algo concreto para o tempo de aposentada que se avizinha.
Desejo escrever meu dia-a-dia difícil e revisar com palavras e sonhos meu cotidiano e comunicar meu interior, vivido e experiente. Encontrar amigos, leitores, parentes aos quais oportunamente poderei homenagear.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Sei lá o quê...

Hoje estou com o coração bem apertadinho, um entalo na garganta, coisa ruim essa angústia... Deve ser por causa da viagem rápida da minha filha a Juazeiro do Norte, pode ser.
Essas viagens de avião me deixam cheia de medos. E rápidas assim, então... vai meia noite de hoje, volta as 15 horas amanhã.
Por mais que me digam que viajar de avião é o meio mais seguro que existe eu nunca vou deixar de pensar que qualquer errinho na máquina ou mesmo humano, toma proporções enormes. Um bom motorista sempre será mais cauteloso e correrá menos riscos que o melhor piloto. Uma pane num ônibus nunca terá as mesmas proporções de uma pane num avião. Despencar lá de cima é diferente de despencar a um metro da terra firme...
Bom, como eu disse, pode ser por isso que trago aqui no peito esse aperto sufocante, mas também acho que é porque hoje nada do que planejei fazer deu certo.
Faltei um dia de trabalho quase em vão. O fato é que com essa história de votar levando o título eleitoral e uma identificação com foto, vi-me na obrigação de finalmente renovar a tal identidade, evento tantas vezes pensado e adiado, colocando em evidência a máxima que diz que brasileiro só deixa para fazer as coisas na última hora.
Fui, então, renovar minha carteira de identidade porque na que trago comigo já há muito tempo desfez-se a imagem da minha pessoa na foto que ela estampa. Foi tirada no tempo em que não havia digitalização e as fotos em um (01) minuto eram feitas em POLAROIDE - uma maquininha de fotografar do tempo de Getúlio. - Pois é, a foto sai visivel (revelada) no próprio papel que fotografou e com o tempo desbota, apaga, deleta em linguagem inernáutica.
Como dizia fui lá no nosso Instituto de Identificação... Não peguei aquela horrorosa fila de trocentas pessoas porque já estou usufruindo das vantagens da terceira idade (uma das coisas boa de envelhecer, a outra é não deixar essa vidinha mais ou menos aqui ainda jovem), porém ao chegar minha vez o sujeito do guichê me falou que eu não poderia tirar a identidade porque minha certidão de casamento (documento obrigatório para retirar a segunda via...) estava rasurada.
Pasmem: a certidão original que eu apresentei ao moço do guichê tem exatos 29 anos e foi com ela que eu renovei a identidade de solteira para casada, foi com ela (uma cópia dela) que instrui a documentação para a aposentadoria e outras coisas mais. E ela me serviu, perfeitamente, para toda ocasião em que me foi solicitada durante 29 anos, mas agora não serve mais. O moço lá descobriu que meu nome está rasurado.
Fui ao cartório reclamar a rasura, mas tive que pagar R$30,00 (trinta reais) pelo erro que eles cometeram porque eu tinha quatro dias para reclamar(isso há 29 anos), assim, o prazo já prescreveu (mas isso é motivo para outra postagem).
Acho que meu peito apertadinho e esse "entalo" na garganta resulta mesmo disso: dinheiro gasto sem quê nem pra quê; a carteira que é grátis tornando-se paga e outro dia que faltarei ao trabalho para resolver essa burocracia toda.
Agora só me resta pedir a Deus, meu Senhor, para proteger esse vôo de ida e volta à terra do meu Padim, trazendo sã e salva, minha filha ainda enlutada, para os bracinhos carentes de pai dos meus netinhos amados Matheus e Thomás.
Rezar sempre faz bem...

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Internet, internautas criação, criaturas e Criador!

Queria iniciar esse post louvando a Deus pela inteligência dada para nós suas criaturas; isso possibilitou um avanço e tanto na obra da criação ou seja graças a inteligência que nos foi dada, pudemos contribuir com a grande obra da criação, mantidas as devidas proporções.
Deus não precisaria do homem para nada. Ele pode tudo, mas Ele quis e conta com nossa contribuição no seu projeto criador, por isso nos dotou de inteligência e vontade! Deus é bom. Contemplou sua obra criadora e viu que tudo era muito bom, mas quis aprimorar e, assim, possibilitou a invenção da computação e com ela a criação da internet. Uma rede de comunicação mais rápida do que se supunha imaginar há pouco mais de 20 anos.
Na verdade em quarenta, cinquenta anos a Criação atingiu patamares inimagináveis.
Pensar que na minha infância a telefonia era considerada o maior avanço tecnológico de todos os tempo, superando o código morse da telegrafia. Imagine que cada aparelho telefônico pesava mais ou menos uns dois quilos. E hoje a tele(visão/fonia) é uma coisa só... com um aparelhinho de uns 220 gramas, você envia torpedos, navega na internet, assite tv, ouve música, fotografa, copia e dentro em breve estará microfilmando e imprimindo. Anota aí!
Naquele tempo falavam que a televisão substituiria o rádio e este estava fadado ao fracasso. E aí? que nada. Hoje o rádio transformou-se e adaptou-se e a música rola solta nos mps da vida. É mp3, mp10...e haja tecnologia de ponta.
A televisão modernizou-se tanto que aparelhos de última geração são cotidianamente criados porque os existentes vão se tornando obsoletos. Também falavam que o computador substituiria o professor. Du-vi-d-o-dó! O computador é uma máquina e vai haver sempre uma criatura de Deus por trás! Isso é motivo de sobra de louvar, bendizer e agradecer ao Nosso Criador.
Bom, voltando a internet, sem ela como poderíamos acompanhar o cotidiano de milhares de blogueiros no mundo todo, nesses seus diários virtual? Quantos relacionamentos de sucesso aconteceram e acontecem graças a rapidez da internet. Lógico que é preciso filtrar em todos os sentidos, inclusive no que se refere à troca de correspondências, bate papos e fotos... Virus pega de todo jeito. Na máquina e na vida quando priorizamos mas aqui nesse mundinho virtual, do que nosso mundo real e nos enchemos de virus - vícios que nos tiram da família, das obrigações, do trabalho, da oração e por aí vai...
Há pouco mais de 15 anos uma grande amiga foi embora do Brasil para um pequeno país da América Central. Uma carta levava uns vinte dias para chegar à sua mão. E lá não há carteiros, cartas e encomendas são buscadas na caixa postal. A gente ficava sem noticia um tempão, porque telefonia, mesmo que já mais moderna, era, e é, muito cara! Atualmente nós conversamos diariamente, via msn, google talk, skipe... e trocamos não somente informações como fotos, pelas quais não apenas sabemos de mas vemos como a vida está acontecendo do outro lado da tela do monitor. As fotos estão lá nos álbuns online no orkut, fb, picasa, etc. Sem internet como saber do que se passa? Aí sim, torna-se preocupante porquê quem precisa de rádio, tevê se aqui sabemos de tudo ao mesmo tempo de uma vez?
É nada! Ainda tem milhoes de pessoas que não tem acesso a internet. E por isso mesmo ainda temos correios, jornal escrito, televisão, rádio... Deus é muito bom! A vida virtual cresce, mas a vida real persiste, resiste... Obrigada Deus!!!

PS alguns assuntos suscitados neste, serão escritos em outros posts

Para rir um pouco

Pois é, recebi de uma amiga essas piadinhas e deu-me uma vontade enorme de partilhar aqui. São bestinhas também e estou no tempo das "besteiras bestas".
Todo mundo sabe que brasileiro faz piada com português, o que muita gente não sabe é que a lógica (e a Cultura) do povo é bem diferente e as piadas acontecem porque o brasilerio não entende que os dois povos têm sua lógica totalmente diferente. O português é mais literal, cultiva um preciosismo de sintaxe. Veja só:

1.Uma brasileira dirigia por Portugal, quando viu um carro com a porta de trás aberta. Solidária, conseguiu emparelhar e avisou:
- A porta está aberta!
A mulher que dirigia conferiu o problema e respondeu irritada:
- Não, senhora. Ela está mal fechada!
2.Outro brasileiro estava em Lisboa e numa sexta-feira perguntou a um comerciante se ele fechava no sábado. O vendedor respondeu que não.
No sábado, o brasileiro voltou e deu com a cara na porta.
Na segunda-feira, cobrou irritado do português:
- O senhor disse que não fechava!
O homem respondeu:
- Mas como vamos fechar se não abrimos?

3.Um jornalista hospedou-se há um mês num hotel em Évora. Na hora de abrir a água da pia se atrapalhou, pois na torneira azul estava escrito "F" e na outra, preta, também "F".
Confuso, quis saber da camareira o porquê
dos dois "efes". A moça olhou-o com cara de espanto e respondeu, como quem fala com uma criança:
- Ora pois, fria e fervente.

4.Em Lisboa, a passeio, resolveu comprar uma gravata. Entrou numa loja do Chiado e, além da gravata, comprou ainda um par de meias, duas camisas sociais, uma polo esporte, um par de luvas e um cinto. Chorou um descontinho, e pediu para fechar a conta. Viu então que o vendedor pegou um lápis e papel e se pôs a fazer contas, multiplicando, somando, tirando porcentagem de desconto, e aí intrigado, perguntou:
- O senhor não tem máquina de calcular?
- Infelizmente não trabalhamos com eletrónicos, mas o senhor pode encontrar na loja justamente aqui ao lado...

5.Há ainda a história de um que morou por um ano em Estoril e contou que lá num certo dia, meio perdido na cidade perguntou ao português:
- Será que posso entrar nesta rua para ir ao aeroporto?
- Poder o senhor pode, mas de jeito algum vai chegar ao aeroporto...

6.Um turista brasileiro alugou um carro e decidiu ir à Espanha. Tomou uma estrada sem muita convicção e encontrando à beira da estrada um camponês, perguntou:
- Amigo esta estrada vai para a Espanha?
E o camponês respondeu:
- Se ela for vai nos fazer muita falta por cá.

7.Um grupo de brasileiros tendo terminado de almoçar quis tomar café.
O primeiro disse:
- Garçon, um café.
O segundo disse:
- Dois - levantando os dedos.
O terceiro, apressadamente, disse:
- Três
E e por fim o quarto disse:
- Quatro.
O garçon trouxe 10 cafezinhos.
Ao ser indagado por que trouxera tanto café para quatro pessoas, ele respondeu:
- Ora um pediu um, outro dois, outro três e o outro quatro faça a conta e vejam se não são 10!

E a melhor:
O casal de brasileiros entra num restaurante na rua do Diário que tem uma vista bonita para o rio e pergunta:
- Podemos sentar naquela mesa que tem a vista para o rio?
No que o garçon responde:
- Acho melhor os senhores sentarem nas cadeiras!!!

Mais uma:
O brasileiro examina o cardápio em um restaurante de Lisboa e chama o garçon para tirar uma dúvida.
- Amigo, como é que vem este Filé à Moda da Casa?
Ao que o garçon responde sem pestanejar
- Sou eu mesmo que trago.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Rotina

"Todo dia ela faz tudo sempre igual..."
Diz um verso de uma canção dos anos setenta do século passado. Acho que de Chico Buarque. Pois então, todo dia abro meu blog(uizinho) e venho conferir as visitas...Não entendo nunca porque tanta gente vem aqui e nem sequer, assim de leve, deixa um coments que veio, que viu, que passou... Eu sempre que visito os blogs deixo uma marquinha por lá. Certo, que não faço isso em todos eles, mas, na maioria, sim!
Gente, de qualquer forma muito obrigada pelas passagens por cá. Tem gente que me lê em muitos lugares, por esses parcos leitores vou revitalizar isso aqui. Vou tentar produzir mais textos, deixando de lado o que os outros escrevem...

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Ô besteira besta...

Quando eu era menina, no século XX, era muito comum escrever quadrinhas nos cadernos da escola. Hoje fiquei lembrando de algumas delas e percebi quão atuais podem ser ainda...Olha só:
essa se aplica perfeitamente aos "amores do mundão", desse "amor" tão em voga nos dias de hoje

O amor tem fases, realmente
pois à lua é semelhante
antes da posse é crescente
depois da posse é minguante


outra:

Quando for baixar à cova
o teu corpo no caixão
em vez de terra por cima
coloco meu coração


Tão piegas...

essa é demais:

Teu olhar me perguntou
Meu olhar te respondeu
a lua nos avistou
e sorrindo se escondeu
perguntei depois à lua
se tu gostava de mim
ela riu maliciosa
e respondeu-me que sim


Mais uma:

Se és doido por mim, pois vem
que eu doida sou já te disse
devem viver muito bem
dois doidos de igual doidisse


Se alguém me perguntar quem são os autores dessas e de outras eu não vou saber dizer, era uma época que o povo se apropriava das produções alheias e tornava-as domínio popular, com um AD bem grande para garantir o uso...

O mais interessante é que às tardinhas nas calçadas das casas sentavam as mocinhas a "declamarem" tais quadrinhas (essas e outras tantas) para ver quem sabia mais, e ficavam até a noite tomar posse do tempo... Um verdadeiro "sarau". Os paquerinhas se aproximavam e entravam no jogo e, então sim, noite a dentro, até nove, dez horas ficavam jogando conversa fora, contando piadas, tocando violão, e coisa e tal... e daí muitos namoros se iniciavam. Bons tempos. Vida tranquila, bucólica, sem violência. Ah! nostalgia que me leva ao túnel do tempo e me traz a memória os velhos tempos, velhos dias...

E agora,de repente, dou um salto no tempo e lembro outra época, um pouco mais velha, entre os 17 e os 22 anos, quando durante o mês de Dezembro havia um baile de formatura em 28 dias desse mês, excetuando-se somente o Natal (24 e 25) e o revellion (31). Todo dia uma festa!
Haja roupa! E as trocas entre as amigas eram inevitáveis (para não repetir), para impressionar os meninos, era um Deus nos acuda! Enquanto para os rapazes um paletó resolvia e este ainda era compartilhado por todos para terem acesso ao clube. (Nessa época os bailes de formatura eram em clubes). Um entrava, tirava o paletó colocava sobre uma cadeira, uma menina pegava e saía, discretamente, com o paletó debaixo do braço e ia até o portão (ou próximo deste) e o entregava para um outro menino o vestir e entrar também. E o ritual se repetia até que o último rapaz da turminha entrasse no baile.

E o fim da festa? Geralmente as últimas músicas eram marchinhas de Carnaval que a banda tocava até o sol raiar e todos se "esbaldavam" de tanto pular. Na verdade rodar pelo salão não sei quantas mil vezes...
A volta para casa era a pé, comendo pão quentinho e leite de garrafa, pelas ruas da cidade, sem perigo, sem estresse, sem medo. Todos cantarolando as últimas músicas da festa, até chegarem em casa, são e salvos...
Em fevereiro, nos bailes de carnaval, também realizados em clubes, o retorno acontecia da mesma forma, diferentemente porém, após a banda ter descido até a praia, onde todos mergulhavam num mar morninho,ao som de "Ô quarta-feira ingrata chega tão depressa..." principalmente na quarta-feira de cinzas...
E, depois, como todo cristão que se preze, era chegar em casa, tomar um banho, trocar a fantasia e seguir para a Igreja para tomar cinza, lembrando que ao pó retornaríamos, tempos bons, bons tempos!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Para meus filhos, netos, todos os parentes e amigos

Foi-me enviado por uma amiga e quero registrar aqui:

Para que serve um amigo? Para rachar a gasolina, emprestar a prancha, recomendar um disco, dar carona pra festa, passar cola, caminhar no shopping, segurar a barra. Todas as alternativas estão corretas, porém isso não basta para guardar um amigo do lado esquerdo do peito.

Milan Kundera, escritor tcheco, escreveu em seu último livro, "A Identidade", que a amizade é indispensável para o bom funcionamento da memória e para a integridade do próprio eu. Chama os amigos de testemunhas do passado e diz que eles são nosso espelho, que através deles podemos nos olhar. Vai além: diz que toda amizade é uma aliança contra a adversidade, aliança sem a qual o ser humano ficaria desarmado contra seus inimigos.

Verdade verdadeira. Amigos recentes custam a perceber essa aliança, não valorizam ainda o que está sendo construído. São amizades não testadas pelo tempo, não se sabe se enfrentarão com solidez as tempestades ou se serão varridos numa chuva de verão. Veremos.

Um amigo não racha apenas a gasolina: racha lembranças, crises de choro, experiências. Racha a culpa, racha segredos.

Um amigo não empresta apenas a prancha. Empresta o verbo, empresta o ombro, empresta o tempo, empresta o calor e a jaqueta.

Um amigo não recomenda apenas um disco. Recomenda cautela, recomenda um emprego, recomenda um país.

Um amigo não dá carona apenas pra festa. Te leva pro mundo dele, e topa conhecer o teu.

Um amigo não passa apenas cola. Passa contigo um aperto, passa junto o réveillon.

Um amigo não caminha apenas no shopping. Anda em silêncio na dor, entra contigo em campo, sai do fracasso ao teu lado.

Um amigo não segura a barra, apenas. Segura a mão, a ausência, segura uma confissão, segura o tranco, o palavrão, segura o elevador.

Para todos os meus amigos, sem citar nomes, os quais me são valiosíssimos e me ajudaram a construir minha história de vida e chegar até aqui.