Por que tia? Porque sou tia de muitos e vó só de dois, por isso não é o blog da Vovó Dedê. Aqui esvaziarei o coração quando estiver muito cheio; preencherei minhas noites insones; inicio algo concreto para o tempo de aposentada que se avizinha.
Desejo escrever meu dia-a-dia difícil e revisar com palavras e sonhos meu cotidiano e comunicar meu interior, vivido e experiente. Encontrar amigos, leitores, parentes aos quais oportunamente poderei homenagear.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Desapegando-se

Era uma dor tão doida que ela nem conseguia falar... Entretanto havia nela uma esperança forte, uma única certeza: Deus sustenta os seus. E ela entregou a Ele toda sua tristeza, todas as suas alegrias, toda sua vida e partiu sorrindo feliz. Seguiu sem olhar para trás lembrando-se da Sua Palavra “E a outro disse Jesus: Segue-me. E ele lhe disse: Senhor permite-me que vá eu primeiro enterrar meu pai. E Jesus lhe respondeu: Deixa que os mortos enterrem os seus mortos, e tu vai e anuncia o Reino de Deus. (Lucas, IX: 59-60). E ainda: ‘Se alguém vem a Mim e não odeia seu próprio pai e mãe, mulher, filhos, irmãos, irmãs e até a própria vida, não pode ser Meu discípulo”. ( Mateus 10:37) Porque no fundo ela sabia que a vida espiritual é, realmente, a verdadeira vida, a vida normal do Espírito. Sabia que a existência terrena é transitória e passageira, uma espécie de morte, se comparada ao esplendor e à atividade da vida espiritual. Ela aprendeu que o corpo é apenas uma vestimenta grosseira, que envolve temporariamente o Espírito, verdadeira cadeia que nos prende à terra, e da qual ela se sentiria feliz em libertar-se. Ela compreendeu que o respeito que temos pelos mortos não se refere à matéria, mas, através da lembrança, ao Espírito ausente. É semelhante ao apego que temos pelos objetos que lhe pertenceram, que ele tocou em vida, e que guardamos como relíquias. Ela sabia que Jesus ensinou dizendo: Não vos inquieteis com o corpo, mas pensai antes no Espírito; ide pregar o Reino de Deus: ide dizer aos homens que a sua pátria não se concentra na Terra, mas no Céu, porque somente lá é que se vive a verdadeira vida. E ela cria e vive! E foi!

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