Ocaso

Da torre mais alta do edifico negro
Contemplo a cidade que se descortina à minha volta.
Aglomerados de prédios,
Alguns ainda às escuras
Outros com janelas já iluminadas.
É cedo ainda, o astro-rei
Mal acabara de se esconder
por trás dos arranha-céus,
Nesta vespertina hora...
Nas vias cobertas pela penumbra
Trafegam rápidos e inquietos guiadores
Em seus carros possantes,
numa busca louca e desenfreada
por emoções fortes...
É inicio da noite e a cidade adolescente se prepara
para iniciar sua frenética dança de sedução e conquista...
Sob essa tênue iluminação pode-se ver, não muito distante,
a torre da cinqüentenária Igreja,
onde um sino badala pausada e ritmicamente,
Um convite sempre reprisado aos seus fieis
para entoarem a Ave Maria...
Difusos sons ecoam simultaneamente e
se misturam a estes na noite que se fez fria.
E o mundo surdo aos apelos da fé,
distante da prática da oração,
descrente no Deus amoroso,
segue embalado por outras músicas
e se perde na escuridão da sua noite interior...
27/02/2011