Por que tia? Porque sou tia de muitos e vó só de dois, por isso não é o blog da Vovó Dedê. Aqui esvaziarei o coração quando estiver muito cheio; preencherei minhas noites insones; inicio algo concreto para o tempo de aposentada que se avizinha.
Desejo escrever meu dia-a-dia difícil e revisar com palavras e sonhos meu cotidiano e comunicar meu interior, vivido e experiente. Encontrar amigos, leitores, parentes aos quais oportunamente poderei homenagear.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Meu IBEU

Caminhava ontem vindo do centro da cidade de volta para casa, quando passo em frente ao estacionamento... ah saudade!!! o saudosismo bateu de leve. Lembranças diversas pontearam minha saudade...
Ali, antes que o estacionamento frio e sem vida se instalasse, fora a sede do mais tradicional instituto de língua estrangeira que Fortaleza teve. Naquele espaço, diminuto para uma escola, otimizando porões, convertidos em salas de aula refrigeradas, adolescentes, jovens e adultos das mais diferentes etnias e classes sociais de nossa Fortaleza se reuniam, diariamente, de segunda a sexta-feira, para aprenderem o idioma e a cultura norte-americana.
Aquele espaço até o final da década de 90, do século vinte e inicio do século vinte e um era tão somente a sede do nosso inesquecível Instituto Brasil Estados Unidos ou simplesmente IBEU. Nosso IBEU... agora, somente um feio e descuidado e morto estacionamento.
Quantas imagens e vozes evoco ao passar por ali, onde, dantes, havia burburinho de vozes, vezes abafadas, vezes estridentes... havia barulho rítmico do ping-pong da bola jogada na quadra que separava os dois blocos (o da Rua Solon Pinheiro do da Rua Assunção...). Centenas ou milhares de pessoas usufruíram, com verdadeira paixão, aquele espaço: salas, biblioteca, laboratório, auditório, quadra... E naquela quadra, além de conversas praticadas no idioma inglês, havia quadrilha americana ensaiada pelo professor Roberto Leão e, depois, dançada no dia exato da festa. Nela também eram realizados os desfiles da mini-miss e da miss IBEU, tão em voga no século passado.



Havia a escadaria (ao fundo na foto ao lado) onde costumávamos sentar esperando o início da aula, praticando inglês, jogando conversa fora ou simplesmente paquerando, num tempo em que o verbo ficar tinha outra conotação...

Eram tantos os amigos, tantas as pessoas que circulavam pelas escadas, quadra e corredores rumos as salas de aula, biblioteca, secretaria e auditório...


Ah o auditório, onde eram exibidas peças pela comédia cearense, onde também havia a entrega de certificados, diplomas e as apresentações dos alunos, de todas as turmas, trimestral e, depois, semestralmente... o que será que foi feito do “teatro”? O que foi feito do teatro do IBEU?!
Ainda com relação aos corredores, recordo a grande e tradicional festa do IBEU todo dia 31 de outubro – o Halloween, esta também numa época em que tal festa ainda não havia sido inculturada nas terras brasileiras e alencarinas e era limitada às galerias do IBEU. As galerias do subsolo (porão) eram transformadas em verdadeira casa de terror e por elas caminhávamos rumo a quadra, ultrapassando obstáculos assustadores, horripilantes, gelo, fumaça, esqueletos.... Ui que medo! Ah gente! quanta criatividade havia sob aquele teto, tanto da parte dos professores como dos alunos envolvidos em tantas festinhas e comemorações!
O IBEU da minha adolescência e juventude era um lugar prazeroso de se freqüentar e todo aluno que passou por lá é apaixonado, ainda hoje, pelo velho e tradicional IBEU, agora existente apenas em nossas memórias. Era uma escola agradável e nós éramos apaixonadas pelo velho casarão, suas salas e paredes e mais que isso por seus brilhantes professores, a maioria dos quais, estudantes universitários que ministravam aulas enquanto cursavam a faculdade, antes de se iniciarem na verdadeira profissão escolhida. Lógico que havia também os professores catedráticos, teachers apaixonantes e apaixonados pelo que faziam. Essa talvez a grande diferença do IBEU daquela época para os outros estabelecimentos de ensino de línguas estrangeiras!
Fato é que, ao ser mãe nem hesitei: foi o IBEU (ainda esta sede sobre a qual escrevo!) o lugar que escolhi para meus filhos aprenderem inglês e o amor deles pelo velho e saudoso instituto, pela velha e extinta sede é tanto quanto o meu...
Outras sedes foram construídas e seguem espalhando a cultura a americana e ministrando o idioma inglês e, atualmente, também outros idiomas, mas como o “meu IBEU” como aquele, naquela sede da Solon Pinheiro,n° 58... não tem igual: era único!!! (alguem tem foto daquele prédio?)

4 comentários:

Mirys Segalla disse...

Dona Idê!

Isso é que é ter história para contar para os netos! Que delícia!!!

A moça da foto (miss) é ...???? Porque é bem parecida!

Que a saudade (de tudo e de todos) seja sempre assim: doce.

Bjos e bençãos.
Mirys
www.diariodos3mosqueteiros.blogspot.com

Idê Maciel disse...

Oi mirys que legal vc aqui...Miss que nada, esta é uma outra moça, muito bonita por sinal...

Unknown disse...

Lembro de alguns professores como Gutembert T1, Glória T2, Iracema T-3, José Maria, Vitória, Edgar, Marcelo, ... que saudades mesmo!!!

Rossana raia disse...

Voltei no tempo. Que delícia aquele IBEU... Adorava a biblioteca, era um livro por dia. Cheguei a concorrer a Rainha do IBEU, em 1976, e não perdia nenhuma festinha. Tudo muito alegre, inocente, sadio. Tenho boas e felizes recordações de lá, dos professores, funcionários, colegas... Obrigada por me fazer voltar no tempo!!!